TCE-SP aponta falha no tratamento de resíduos

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) lançou, nesta quinta-feira (28), plataforma virtual que traz estudo e mapeamento do tratamento de resíduos sólidos nos municípios paulistas (exceto Capital). Os dados, que deverão ser respondidos à Corte de Contas até outubro de 2020, revelam que, em quatro das sete cidades da região, não há tratamento dos materiais antes do aterramento, o que preocupa ambientalistas.

Em um questionário do TCE, Diadema, Santo André, São Caetano, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, alegaram que não fazem triagem do lixo antes do envio para decomposição final nos dois aterros sanitários da região, um em Santo André, e a Lara, que recebe material de toda região em Mauá.

Sem a separação e limpeza nas residências, o material coletado termina contaminado e, na visão da ambientalista Marta Marcondes, se tornam propícios para aparecimento de roedores e desenvolvimento de problemas de saúde pública. “Nas esteiras dos aterros municipais é possível comprovar a falta de cuidado”, alega. “Vemos garrafas sujas misturadas com lixo orgânico e sujeiras que poderiam ser resolvidas com uma simples triagem e até limpeza com água corrente”, afirma.

A falta de cuidado do poder público e da população reflete ainda em outro dado apontado pelo TCE a presença de animais silvestres e domésticos nos aterros. “São problemas de responsabilidade compartilhada e que resultam na contaminação de lençóis freáticos, poluição hídrica e pontos viciados de vetores de doenças como a dengue e tantas outras”, aponta Marta.
Nesta questão, Santo André, Mauá e Rio Grande da Serra assumem a falta de cuidado no questionário, e declaram a presença de urubus, garças, escorpiões, baratas e ratos entre o material entregue aos aterros.

A esperança é que, com a plataforma desenvolvida pelo Departamento de Tecnologia da Informação (DTI), com dados, gráficos e mapas, os problemas enfrentados na gestão dos resíduos sólidos venham à tona e novos projetos sejam desenvolvidos. “A situação que enfrentamos em relação à administração destes materiais são insustentáveis, e precisamos de atenção”, afirma a ambientalista. Compatível com tablets e smartphones, a plataforma traz também informações sobre locais de descarte, tipo de unidades de destinação utilizadas (aterro, sanitário, bota-fora etc).

Entre janeiro e outubro deste ano, Diadema, Santo André e São Bernardo totalizaram pouco mais de 429 mil toneladas de resíduos sólidos, enquanto no mesmo período de 2018, foram 423 mil toneladas. As demais prefeituras não responderam até o fechamento da matéria. A interface com mais informações pode ser acessada por meio do link: www.tce.sp.gov.br/residuos.

Fonte: https://www.reporterdiario.com.br/noticia/2757624/tce-aponta-falha-no-tratamento-de-residuos/?fbclid=IwAR27RLLV4RJ9tKfMzzQMACqcAD5yTQkrMTYnK2THyMzgA3NEZbpd_Rb3qKw

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